Cascata

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Precisamos que fervilhem as ideias, conjugando-se para um desígnio e abrindo percursos na discussão.

sábado, 17 de abril de 2010

INTERVENÇÃO CONGRESSO MAFRA


RUMO À SOCIAL-DEMOCRACIA!  XXXII Congresso, Março 2010

Olhando para o resultado da nossa acção política, verificamos uma sociedade cada vez mais injusta e conflituosa. O Poder económico promove líderes políticos, para depois os atacar, como forma de reforçar a ditadura económica.
Temos líderes fracos, despersonalizados e mal preparados, alvos fáceis da manipulação das negociatas. Tudo é marketing!
Assim, o Estado é enfraquecido e torna-se impotente para travar a espiral de excessos capitalistas.
As petrolíferas, os bancos, as seguradoras, e todas as empresas jogadoras no casino da bolsa, deixaram de respeitar o cliente e castigam-nos com os preços exorbitantes, para poderem orgulhar-se do que roubam, e que entregam aos accionistas!
O Estado juntou-se às negociatas, e deixou de viver para os contribuintes, entregando as colectas roubadas, aos construtores de pirâmides. As núpcias avançam nas parcerias público-privadas e o casamento é a privatização gradual do Estado.
Como isto tudo agrada aos gananciosos, aos egoístas e aos anti-sociais, apenas apostados no seu sucesso, como é habitual em muitos políticos, por falta de bom carácter!
Se os políticos não têm maior consciência social, os excessos de direita cavalgam à solta!
Alguém, no passado, lembrou-se de apostar no liberalismo económico, sem democratizar as piores mentalidades burguesas. Tem sido sempre assim em várias matérias; a precipitação de colocar o carro à frente dos bois. Este PSD promete ao povo a social-democracia e está sempre aliado ao interesse particular económico.
Internamente, temos caído na moda dos erros, criando-se uma monarquia de sucessões preparadas, representada por tecnocratas, que ignoram as dificuldades do povo, não entendem a realidade do sistema por trás das corporações, mas sabem que já nada importa, porque o directório europeu é que manda!
Não conseguimos praticar sequer a democracia interna e criou-se aversão ao socialismo democrático, apesar de se jurar o interclassismo humanista e a justiça social, para se manter a coesão social. Damo-nos sempre com os líderes, a falar do preço do caviar, quando o povo já não sabe se terá sardinha!
Perdida a esperança na boa intenção política, o povo descobriu que não pode queixar-se a ninguém, porque o Poder judicial comunga com o interesse político-económico dos amigos! A justiça perdeu a venda!
A Lei vai sendo feita à medida dos interesses ocultos, pelo que o Poder do Estado exerce-se sempre a favor dos pedidos dos amigos! Governar tem sido decidir em pagamento de favores, confundindo-se o interesse público com o privado.
Só o povo não sabe como participar e exigir respeito pelo Bem comum. Vive-se em estado de tensão social explosiva e a violência alastra!
Todos os nossos problemas sociais resultam da falta de democracia, da falta de justiça social e do excesso de egoísmo, presentes na mentalidade de todos. Como é que cada um serve o seu semelhante, nos seus locais de trabalho?
O povo quer a social-democracia, mas o PSD não tem sabido o que ela representa!
O PPD conquistou uma vez o povo, porque procurou o equilíbrio, lutando contra os excessos de esquerda. Tornou-se Poder e chamou o interesse dos oportunistas, apenas preocupados com as suas carreiras e necessidades financeiras. O Partido aburguesou-se.
O PSD está encostado à direita e divorciado do povo social-democrata. Só voltará a conquistar a confiança dos portugueses, quando decidir lutar contra os excessos de direita, regressando ao equilíbrio, e começando por sair da política dos restaurantes e da TVcabo!
Não tenho visto nenhuma intenção de fazê-lo; quer-se apenas encontrar desesperadamente uma cara, que garanta vitórias eleitorais e o Poder de dominar o Estado!
Os que se julgam poderosos são pigmeus, por não terem entendido ainda a dimensão do papel da humanidade no destino do universo! O que pode ser bom para o Partido, pode não ser nada para Portugal; compete agora aos militantes escolher um novo líder, que transpire a social-democracia no discurso e na sua vida.
O povo terá sempre a última palavra, nem que tenha de romper com esta paz podre, contra a falta de honra, contra a falta de seriedade, contra a corrupção, contra a ditadura económica e contra os que vivem apenas para si, em prejuízo dos outros!
Eu, e o povo a que pertenço, queremos a social-democracia, pelo direito de todos à felicidade e a uma vida de dever à sociedade!
É preciso mudar as mentalidades primitivas da competição animal; é preciso romper com as injustiças e vícios de Poder, e é preciso unir em torno dos princípios social-democratas de coesão social, para que todos tenham a recompensa do seu valor e a justa retribuição pelo seu esforço relativo de trabalho social!
Pelo futuro prometido de Portugal, viva a social-democracia!